quinta-feira, 19 de maio de 2011

Maior radiotelescópio do mundo irá procurar vida alienígena








O telescópio Robert C. Byrd, localizado na Virginia, EUA

No filme Contato, de 1997, baseado em livro do astrônomo Carl Sagan, a personagem vivida por Jodie Foster é uma radioastrônoma do SETI (sigla em inglês para o programa de busca por vida inteligente fora da Terra) baseada em Arecibo (Porto Rico) onde, na época, estavam as mais potentes antenas de rádio do planeta destinadas exclusivamente a buscar sinais de vida alienígena. Os cientistas acreditam que pode haver civilizações lá fora que já chegaram a um estágio de desenvolvimento suficiente para emitir ondas de rádio. Essas ondas podem estar viajando pelo espaço e é atrás delas que as potentes antenas estão.

Nas décadas em que o SETI vem mantendo os ouvidos abertos ao silêncio do espaço, em busca de um chiado de rádio que pudesse indicar vida, o programa não teve sucesso. Mas essa história pode mudar graças a uma dica do telescópio espacial Kepler.

Em fevereiro deste ano os cientistas responsáveis pelo telescópio anunciaram o mapeamento de 1235 planetas que podem abrigar vida. “Nunca tivemos uma lista de planetas como essa antes”, disse o diretor do projeto em Arecibo, Dan Werthimer.

A notícia é tão promissora que o maior rádiotelescópio do mundo, o Robert C. Byrd Green Bank – instalado no estado americano da Virgínia – está apontado para essa região do espaço, e já começou a ouvir atentamente 86 planetas selecionados pelo SETI por orbitarem estrelas parecidas com o nosso sol e com temperaturas supostamente entre 0 e 100 graus Celsius, capazes de abrigar água em estado líquido, condições que se acreditam essenciais para o surgimento da vida.

O Robert C. Byrd será de grande ajuda na tarefa de “ouvir” os planetas localizados pelo Kepler: o radiotelescópio é capaz de analisar 300 vezes mais frequências de rádio do que seu parente em Arecibo.

Desde sua criação, na década de 1960, o SETI tem levantado questionamentos por parte de alguns cientistas que alegam que o gasto de dinheiro com um projeto que em todas essas décadas não apresentou nenhum resultado positivo para o que se destina é inútil. Controvérsias à parte, o projeto existe e é inegável que um resultado positivo pode mudar toda a concepção que temos sobre a vida e o universo.

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